Vivemos num pequeno planeta, perdido numa esquina de um vasto universo.
É um bom planeta. Chamamos-lhe a Terra.
É única. Pelo menos é no sistema solar. É o único planeta que acolhe a vida, em milhões de diferentes formas. Desde bactérias, peixes e até ao Homem. Quantas espécies existem exactamente?
1,8 milhões foram identificadas e descritas mas existem 10 vezes mais ainda por descobrir.
Tudo é vida, e tudo está interligado. Um único exemplo é suficiente para convencer-nos: o nosso organismo transporta 100 vezes mais bactérias do que o número de células que temos. A flora intestinal contêm mais de mil diferentes tipos de bactérias, sem elas não seriamos capazes de digerir a nossa comida, que é, também, o produto do mundo vivo. Mesmo o oxigénio que respiramos é um subproduto da actividade do mundo vegetal.
Somos totalmente dependentes e esta é uma boa notícia. Biodiversidade é o nosso seguro de vida.
Só que a espécie humana tem alterado os ecossistemas naturais e tem provocado o desaparecimento de espécies num ritmo que é de 100 a 1.000 vezes mais rápido do que o normal. Julgamos que é para nosso benefício mas na verdade vai-nos prejudicar. A deterioração dos ecossistemas priva-nos de uma parte dos serviços essenciais da natureza.
Até mesmo o clima é fruto da vida. Em centenas de milhões de anos, as plantas têm utilizado uma força quase extra normal, para ter forças e armazenar enormes quantidades de dióxido de carbono no subsolo da terra. Funcionando como um termostato, este armazenamento faz com que seja possível compensar o aumento da radiação do Sol (2,5% desde a era do dinossauro). Só que a espécie humana, utilizando as energias fósseis, em escala maciça, durante pouco mais de dois séculos, tem re-injectado biliões de toneladas de dióxido de carbono para a atmosfera, agravando a subida da temperatura à superfície da terra. Este aumento é rápido.
As temperaturas médias poderão aumentar até 4 ° Centigrados antes do final do século. As espécies e os ecossistemas que se adaptarão a essas grandes mudanças, não serão capazes de fazê-lo sem catástrofes. Como já foi o caso no passado.
Preservar a Terra, o mundo vivo e o clima são alguns dos desafios enfrentados por nós todos, contudo, a pressão vai aumentar sobre os ecossistemas e o consumo de recursos naturais.
Se cada habitante da terra gastasse tantos recursos como quem habita na Europa, seriam precisos 3 planetas Terra!
Só que só temos um planeta Terra e não o estamos a poupar.
Devemos, portanto, rever os nossos métodos de produção e de consumo e começar a pagar a nossa dívida ecológica para garantir que a humanidade como um todo tenha um futuro sustentável. Paremos com demagogias e vamos entrar em acção.