O caminho para mais energia limpa e sustentável, tem sido acidentado. Esta é a mensagem de dois relatórios, um da Agência Internacional de Energia e um do Grupo Ambiental Pew, que mede o progresso na transição de combustíveis fósseis para energia limpa.
As energias renováveis estagnaram, ambas as análises apontam-no, mas por algumas razões diferentes. Uma das grandes razões foi a recessão a nível global, e o baixo custo dos combustíveis fósseis em relação a alternativas mais limpas. Mas principalmente, é um resultado da falta de investimento global em pesquisa de energia nova para reduzir o custo das tecnologias ainda caras, como a energia solar, energia eólica, os biocombustíveis, a energia hídrica e a energia geotérmica. Esta realidade torna mais difícil imaginar uma maneira em que o mundo possa limitar o aumento da temperatura em 2 graus C, este século, dizem os cientistas que definiram um limite para evitar os piores efeitos das alterações climáticas.
Quem está a ganhar e quem está prestes a possuír as energias limpas no futuro? Aqui está uma visão dos relatórios:
Os Estados Unidos estão a perder a corrida. No ano passado, os investimentos da China em fontes de energia limpa, aumentaram 16 %, para $101 biliões de dólares, dando-lhes o primeiro lugar. Prácticamente todos os outros países principais, desde a Alemanha até a Itália e a Espanha, fizeram o oposto e limitaram o investimento. Da investigação do governo para a produção de créditos de imposto, o investimento nos Estados Unidos, baixou 37 % em 2012. Para a energia solar e eólica são esperados novos investimentos para este ano. Como resultado, os Estados Unidos, que tem ocupado há muito tempo o topo do ranking, agora caiu para número dois.
Atentos a mudanças na África do Sul. Ainda está em nono lugar globalmente, mas que é um grande impulso do último lugar entre os países desenvolvidos do G-20, e apenas num ano. Estão confirmados $5,5 biliões de dólares para projectos de energia eólica e solar de larga escala, o governo elevou o seu investimento num ano em 20.500 %.
Portugal, devido aos cortes de investimento nas energias renováveis e no apoio a empresas e particulares, tem vindo a perder a corrida. Foram feitos muitos investimentos pelo anterior governo mas sem se ter reflectido nos custos de manutenção. Em contrapartida, este governo abandonou o programa das energias limpas, tornando ainda mais cara a mudança.
Mas nem tudo são más notícias. Apesar do fraco investimento global, a implantação de energia solar e energia eólica ainda está a crescer. No ano passado, o uso de energia solar em todo o mundo aumentou 42%, e a energia eólica cresceu 19%. É principalmente um resultado de economias emergentes como Brasil e Índia, onde os EUA e a Europa Ocidental estão à 10 anos, mas a capacidade está sendo adicionada, como a procura de energia desses países sobe rápidamente.
Nas Energias Renováveis, a energia eólica domina sobre a energia solar. No ano passado, a energia eólica produzida globalmente foi de 280 gigawatts (GW) de energia, comparada à energia solar que foi de 104 gigawatts (GW). A China, mais uma vez, é responsável pela maioria, seguida pelos Estados Unidos e Alemanha.
O CCS ainda é um sonho. A tecnologia conhecida como captura de carbono e sequestro, que iria enterrar gases de efeito de estufa, mas ainda não tem pernas para andar. Os analistas de energia para o projecto funcionar, precisariam a capacidade de enterrar 260 milhões de toneladas de gases até 2020. Com apenas 13 projectos de demonstração de CCS em todo o mundo, e nenhum em operação comercial, estamos quase a um quarto do caminho.
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