Este fim de semana passado, quem esteve no Paris Air Show, testemunhou dois acontecimentos históricos: o primeiro foi um vôo transatlântico alimentado a biocombustíveis e o segundo envolveu um avião muito maior (embora com uma percentagem menor de biocombustível). O Gulfstream G450 da Honeywell da América do Norte para a Europa queimando uma mistura de 50-50% de querosene, derivado de algas fósseis e biocombustível derivado de óleo de camelina.
O combustível misturado possui todas as mesmas características do combustível tradicional, exceto que a queima é um pouco mais poupada. O biocombustível tem que ser misturado, no entanto, para que não vaze de motores convencionais (o biocombustível não tem hidrocarbonatos que ajudam as válvulas e selos num motor de avião). No lado positivo, a mistura reduz o aroma de combustível de aviação para a equipa de terra.
O biocombustível derivado de camelina, contribuiu com 15 % do combustível não fóssil no primeiro Boeing 747 para fazer o vôo transatlântico. Aqui está o video onde se pode observar o Boeing 747 a aterrar em Paris:
Nenhum avião exigiu mudanças em qualquer um dos seus motores para queimar o biocombustível. Mais de 700 mil litros de biocombustível foram produzidos até à data, para clientes como a Marinha dos EUA e a Força Aérea dos EUA. O próximo obstáculo é simplesmente certificar que o biocombustível conhecido na indústria como querosene sintético parafinado, possa ser usado comercialmente, e em seguida, reduzir o custo (que continua a ser mais caro do que o combustível fóssil). Já, ASTM publicou um padrão provisório. Isto significa que bio-jatos sejam uma realidade e os vôos de demonstração não acontecam por muito mais tempo.